sexta-feira, 26 de junho de 2009

Prouni e cotas

Leitura recomendada

http://lfcronos.blogspot.com/2009/06/reproduzo-abaixo-um-texto-do-gaspari.html

Adélia Prado

Fazendo um teste boboca na internet,descobri que o poema ideal para eu enviar pra ele em 12/06 era esse:

Casamento

Adélia Prado


Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como "este foi difícil"

"prateou no ar dando rabanadas"

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.


Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 252.

Eu já conhecia esse poema, mas não sabia que era da Adélia Prado. Ele fazia parte de uma pasta de poemas que minha mãe havia datilografado quando jovem. Minha mãe era secretária. Anos depois, eu digitei aqueles poemas todos, no computador. Mas antes disso, li e reli tantas vezes aquela pasta. Ela não existe mais.

Curiosa, procurei saber mais sobre Adélia Prado. E, claro, quase inundei o apartamento de tanto chorar.

Saiba por que aqui.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais notícias sobre a greve

Hoje, se tudo der certo, os rolos com encanamento terminarão.

E os funcionários e professores da UNICAMP resolveram terminar a greve. Ainda não sei exatamente por que, se nenhuma das reivindicações foi atendida. A não ser que consideremos como reivindicação a saída da PM da USP, o que era uma obrigação do poder público e não uma reivindicação.

E as negociações sobre aumento salarial? E aa ampliação do debate sobre a UNIVESP? E a urgência da equalização dos bônus dos trabalhadores das Estaduais Paulistas?

Não entendo mesmo...

Acompanhem o post do Mobiliza Unicamp a respeito. Os alunos continuam em greve. Quarta feira que vem estarei por lá. Vamos ver como as coisas estarão. Sinceramente, não vejo muita perspectiva em greve isolada de uma categoria. Dá impressão que causaria divisão entre as três categorias. Mas não entendo quase nada de greve...

Só fico triste porque a mobilização estava muito bonita.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Democracia na Universidade

Infelizmente, devido a problemas de encanamento no apartamento, ando meio afastada das mobilizações na UNICAMP.

Mas não deixo de fazer minha panfletagem virtual, mesmo estando cada vez mais horrorizada com EAD. Rsrsrs...

O texto abaixo foi retirado do blog Mobiliza Unicamp, que já citei por aqui.

Abraços para tod@s.
Saudades de PG...


O Ensino à Distância na USP
CarosAmigos
Lincoln Secco (Professor do Departamento de História da FFLCH – USP)

Certa vez ouvi uma anedota que dizia mais ou menos assim: se Immanuel Kant
ressuscitasse em pleno século XXI, ele se espantaria com quase tudo, menos
com a escola. Ainda veria um professor, alunos, giz e lousa. Só agora
me dei conta que essa piada podia ter um conteúdo crítico. Afinal, por
que o ensino deveria ficar fora dos avanços tecnológicos que já dominam as
outras esferas da vida social?
O ensino à distância democratizaria o acesso à universidade a custo baixo
(sublinhe-se o custo baixo); acabaria com o ensino voltado somente para a
elite; e não seria aplicado indiscriminadamente (médicos e engenheiros
continuariam em ensino presencial).
Não precisamos perguntar por que uma maneira de ensinar mais barata serve
para formar professores e não para formar médicos. A resposta seria
evidente: professor é categoria que pode ser formada de qualquer jeito.
Também não é necessário indagar porque os alunos mais pobres (supostamente
beneficiados pela expansão das vagas de ensino à distância) merecem uma
forma no mínimo incerta de educação enquanto os supostamente mais ricos
continuariam no ensino presencial.
Talvez o problema não esteja na Univesp em si. E nem nos recusamos à
formação para o mercado. Na USP como em todo lugar, o aluno já é virtual
em si e por si mesmo. Ele é potencialmente uma mercadoria num mundo que é
uma imensa coleção delas. Ele será destinado a isso. Nossa diferença não é
gerar conhecimento crítico (embora o façamos), mas treinar para o mercado
os melhores produtores ou extratores de mais valia. Entre uma aula e
outra, às vezes questionamos isso tudo.
Numa Faculdade de Filosofia costumamos aprender que as formas de aparência
expressam não técnicas ou coisas, mas relações sociais. Por trás do
fetiche das técnicas, o processo ensino-aprendizagem continua a ser uma
relação social. Na sua etapa superior (e numa universidade de excelência
como a nossa) ocorre em salas de aula, laboratórios, hospitais etc. Mas
não só. Também nos gabinetes dos professores, nos anfiteatros, nos pátios,
nos cafés e lanchonetes, no bandejão, no Crusp, no ônibus lotado, na
piscina, nos corredores, nas plenárias e assembléias, nas festas, nas
greves, nos debates, nos seminários e congressos, nas rodas em que vicejam
as anedotas dos professores...
Como costumamos dotar a técnica mais nova de poderes mágicos, acreditamos
que ela pode substituir toda essa vivência.
Até o dolce far niente pode ser necessário ao estudante. Deitar na praça
do Relógio e ler Einstein, Keynes, Freud, Debord, Braudel, Darwin e outros
monstros pode (pasmem) ser uma experiência e tanto. Formar grupos de
estudos, comer e beber juntos, olhar nos olhos são atitudes que não podem
ser meramente “virtuais”.
Um exemplo: eu e alguns amigos jantávamos muito com o saudoso Professor A.
L. Rocha Barros, do Instituto de Física da nossa universidade. Ele contava
que um dia jogaram uma pedra na direção do aluno Fernando Henrique Cardoso
e Rocha Barros conseguira puxá-lo para si, salvando-o. “Como me arrependo
disso”, dizia o velho professor comunista jocosamente... Histórias como
essas desaparecerão para alunos formados à distância.
Talvez os idealizadores da Univesp tenham esquecido: a formação do jovem
não se resume ao conteúdo do ensino, seja numa sala de aula ou à frente de
um computador. Sendo uma relação social entre pessoas, mediada por uma
instituição como a nossa, negar às pessoas essa vivência universitária
seria o maior dos erros.
Não se nega que cursos de extensão, pós graduação lato sensu etc possam
ser à distância. Mas a formação básica na USP nunca poderá sê-lo. É
verdade que certas coisas se modernizam e supostos reacionários
empedernidos se agarram ao mundo perdido das escolas de Könisberg do
século XVIII. É mais ou menos como a mais velha relação humana: já existe
o amor virtual e há quem o prefira; mas é difícil acreditar que ele seja
melhor do que o concreto.

Eu juro que tentei fugir das questões políticas do movimento estudantil,
mas não consegui ...

FORA PM !!!!!

FORA SUELY!!!!

DEMOCRATIZAÇÃO DO PODER NA UNIVERSIDADE!!!!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

A victoriosa rainha dos campos

Texto completo em ZULIAN, R.W. A victoriosa rainha dos Campos. In: Revista de História Regional, v. 3, n.2, 1998. Disponível aqui. Acesso em 16/06/2009.

Assim, pretendia-se construir a idéia de um estado cujas bases seriam o progresso, a ordem e a civilização, um local privilegiado e atraente, com um futuro promissor. Quando se refere a Ponta Grossa, é essa a motivação de Raul Gomes: a construção da idéia de uma cidade que, como o Paraná, não é "ponto de passagem" e intermediação, mas um local com identidade própria, onde valeria a pena viver:

Num alto, situada no segundo planalto paranaense, em plena campanha, beijada por ventos contínuos, Ponta Grossa não é victima de variações climatologicas de consequencias fataes. O verão transcorre sem esses calores que suffocam e crestam tudo. Não há ali o horror das soalheiras, tornando insupportavel a vida estival. Assim, tambem, si o inverno é rigoroso, o frio que elle traz é secco, bom saudavel. Por isso aquelle povo é vigoroso, forte, com tonalidades soberbas nas faces transbordantes de saude. (13)

O habitante da cidade também se identifica com esse tipo de construção ideal:

O corpo possante, espadaudo, com musculos que parecem ferro nos dá idéa do dos americanos do norte ou dos paulistas. E não poderia ser por menos porque o meio faz ou adapta o homem ás suas circumstancias(sic). Um sabio que estudasse Ponta Grossa concluiria, sem conhecer o pontagrossense, por gisar, em traços inapagaveis, o seu typo inconfundivel.
A tonificação, o ar puro dos campos, infiltrado no organismo como uma therapêutica natural, entre outras consequencias, torna o homem de pulmões formidáveis.
Por isso é que a voz do pontagrossense é de um volume extraordinário e se distingue onde quer que seja ouvida.
Tambem ali, naquella terra admiravel, não se nos deparam pelas rua typos enfesados, esqueleticos, que mendigam com as mãos e com o olhar... A vida forte e rija jamais origina vagabundos: o indivíduo cujo sangue é vermelho e quente não sofre da preguiça que é filha do lymphatismo. (14)

E que ressalta o caráter empreendedor de seu povo, expresso na cooperação mútua e no trabalho:

A vida pontagrossense não differe muito da vida de nossas cidades. É uma vida de acção reflectida numa somma elevada de trabalho. O povo moureja afanosamente. Uma ancia de se tornar abastado o insufla dessa febre de actividade, desdobrada numa série de emprehendimentos dos mais notaveis, desde que nos coloquemos num ponto de vista de relatividade.
(...) o povo pontagrossense não se encastella num egoísmo aparentado da usura. Pelo contrario. Existe na população um pronunciado espirito associativo, que o leva a se unir e trabalhar sob o pallio de um mesmo pensamento de progresso e evolução sociaes. (15)




As notas referem-se a
(13) Jornal "O Progresso" nº. 589 de 23 de julho de 1912.

(14) Jornal "O Progresso"nº. 589 de 23 de julho de 1912.

(15) Jornal "O Progresso" nº. 591 de 25 de julho de 1912.


Que interessante esse meu interior primordial.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Abelhas

No II CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS UTÓPICOS:O QUE É UTOPIA? GÊNERO E MODOS DE REPRESENTAÇÃO (conheça aqui)
aprendi (entre outras coisas) que as abelhas simbolizam a pureza, há muito tempo, desde a antiguidade.

Que lindo... Feliz dia dos namorados!!!!! :)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Em greve

As postagens estão rareando...

Razões? Um pouco é ocupação com leituras e preocupação com o projeto, que nunca sai. E se ele não sai, a bolsa também não.

E a outra é muito melhor. Os estudantes da FE estão em greve, eu lá tenho meus conflitos pessoais (não entendo bem como funciona greve estudantil), mas na medida do possível quero dar minha contribuição.

Então, começo repassando o link das mobilizações. Hoje teremos uma programação muito interessante.

E ao mesmo tempo, estamos no colóquio internacional sobre utopia, que está sendo bárbaro!!!


Boa leitura!