domingo, 4 de novembro de 2018

Querido diário

Querido diário, eu fiquei tanto tempo sem escrever, daí voltei, daí quase morri, daí voltei.

Isso aqui é bem melhor que terapia, na terapia a gente pago caro para poder chorar e sair destruída, juntando os cacos pela subida da Ramiro, desejando um atropelamento breve e pensando no Interior onde alguém ainda precisa de mim.

E aqui num café qualquer da República de Curitiba, do nada, redescubro o amigo blog. Oi, amor, sentiu saudades? Bem que o amigo de outro interior, o das Geraes, avisou: "volta a escrever no teu blog". E olha que interessante, o que eu falei no dia foi da boca pra fora, pra ajudar na ressaca moral, mas sabe que parece mesmo que o que aconteceu ficou fora do tempo?

Como bem diz o colega que não é do Interior, mas está longe demais das capitais: o tempo não dá para explicar. Se quiser conceituar e colocar numa narrativa, já era. Talvez o problema de certas narrativas que se propõem exemplares é o seu quase inevitável efeito moralista. Quem sabe o único jeito de não ter moral regrets é um esforço consciente de sair do tempo.

E as asas, onde estão? Ainda no processo de restauro (parado por falta de verbas, maybe), mas o amor mete medo, né? Tá certo, tem que meter mesmo.

Mas tudo beeeeeeim, tudo bem... o ano passado eu quase morri, mas esse ano eu não morro.