Campinas só de passagem é mais bonita. Ou melhor, até me engana que parece bonita.
E a papelada que está sobre a escrivaninha aumenta a cada dia. Papelada extremamente desejada há tantos anos, embora sem saber exatamente seu conteúdo e formato. Aliás, eu nem imaginava que tinha tanta papelada assim. Romântica, romântica, romântica. No sentido iluminista do termo.
E as leituras, então! Sem a menor noção. De Arendt a Ansart, de Ansart a Nietzsche, de Nietzsche a Kant, de Kant a De Rossi, depois para Holanda (o Chico, não o Sérgio), mas desejando mesmo era voltar à Heller e ver direito que história é essa de Responsabilidade.
A aula foi boa. A reunião também. E queriam marcar o dia da extração dos meus últimos dois sisos no dia do meu aniversário. Não permiti que tamanha desgraça acontecesse.
E falamos de ressentimentos. Parecia resolução de Ano Novo, depois de ler Ansart todo mundo parece querer ser menos ressentido. Falar que guardou ressentimentos parece ser assinatura de certificado de covarde. Se Nietzsche estava certo... de fato... Quanto a mim, procurei revirar ressentimentos guardados há anos e percebi sua total inutilidade. Se vou me livrar deles? Talvez, nunca se sabe quando será preciso bancar a vítima (CSS, 200-). "Oh dear" (Worms, 1998), Nietzsche realmente tinha razão.
A papelada exige cada vez mais papelada. Mas o que importa mesmo é o calor, os ojos claros "del que estoy amando" (por todos os séculos e séculos amém) e o fato de que sonho com mortos (e não con serpientes) e eles já não me incomodam mais enquanto estou viva e acordada.
Uma escrivaninha lotada de papéis e documentos são sinal de que estou atingindo a maturidade? Ou será o fato de que já me perco na contagem dos anos e décadas (82 - 92 - 02 - 12! 12?! Caramba!!!). Porventura os fios brancos que aparecem nas têmporas (como o Tio Patinhas? Não, tolinha, Asimov!). Gostaria que fosse como nos ppt de auto-ajuda, que dizem que a mulher madura é segura de si, gosta do corpo do jeito que é, não fica tentando modificar-se só para agradar aos outros e possui estabilidade profissional. Espelho, espelho meu (no caso, a tela do note) estou numa fase estável ou não?
Eu não sei rimar. É que poesia precisa de dor. E essa mulher aqui não quer saber de dor no dia de hoje. Segunda feira só daqui a vinte minutos.
Reflexões e observações das cidades de interior em que vivi. Reflexões e observações sobre Mi Poa Querida. Estamos "perto e longe demais das capitais" e ainda não sei se eu gosto ou não gosto disso. 38 anos experimentando, e quem sabe mais alguns por descobrir. Vale também reflexões sobre meu próprio interior, ou outros interiores que observo por aí. Treinamento de olhares e silêncio.
domingo, 30 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Mudança - mais interiores
A morte faz coisas estranhas conosco. Algumas até parecem boas, ficamos como que em filme da Sessão da Tarde. Pedimos perdão por tudo de mal que fizemos e depois conseguimos até dizer "Eu te amo" com mais frequência. Estranho que outrora não parecia tão necessário.
Mas o tempo passa. Um ano, dois, três. Três anos e nove meses. Ainda as lágrimas correm, causa enxaqueca o esforço de segurá-las com a necessidade de extravasar. Aquela velha árvore de cinamomo ainda está lá. Tínhamos um urso de pelúcia que se tornava "superurso" quando ingeria bolinha de cinamão. E isso tudo vira e revira em nossos interiores.
O sentimento ainda existe. Olhares nos velhos olhares, cabelos cada vez mais brancos, corpo cada vez mais encurvado. Mente lúcida, ainda com laivos de brilhantismo, filósofo/historiador/humorista/louco mais amado, admirado, assim como temido e incompreendido.
Mas já não existe mais a necessidade extrema de longos abraços e o confessar do "eu te amo", como nos filmes. Ele sabe, eu sei, é o que basta. Ele vai para o interior do interior dos Campos Gerais. Eu, sem raízes na Princesa dos Campos (felizmente, também sem um teto na Princesa d'Oeste).
Nossa despedida foi tão rápida. A situação é estranha. Nunca parece que estamos nos despedindo de verdade, para ficarmos a km e km de distância. É só mais um até logo, entre dois interiores que se amam muito.
Mas o tempo passa. Um ano, dois, três. Três anos e nove meses. Ainda as lágrimas correm, causa enxaqueca o esforço de segurá-las com a necessidade de extravasar. Aquela velha árvore de cinamomo ainda está lá. Tínhamos um urso de pelúcia que se tornava "superurso" quando ingeria bolinha de cinamão. E isso tudo vira e revira em nossos interiores.
O sentimento ainda existe. Olhares nos velhos olhares, cabelos cada vez mais brancos, corpo cada vez mais encurvado. Mente lúcida, ainda com laivos de brilhantismo, filósofo/historiador/humorista/louco mais amado, admirado, assim como temido e incompreendido.
Mas já não existe mais a necessidade extrema de longos abraços e o confessar do "eu te amo", como nos filmes. Ele sabe, eu sei, é o que basta. Ele vai para o interior do interior dos Campos Gerais. Eu, sem raízes na Princesa dos Campos (felizmente, também sem um teto na Princesa d'Oeste).
Nossa despedida foi tão rápida. A situação é estranha. Nunca parece que estamos nos despedindo de verdade, para ficarmos a km e km de distância. É só mais um até logo, entre dois interiores que se amam muito.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Abajour
Não sei se existem explicações para o amor, mas, como historiadora, só posso encontrar evidências.
Essa é do interior da nossa casa, da criatividade dele e das coisas que gostamos. Ler à noite com luz de abajour é uma delas (das evidências e das coisas que gostamos).
Essa é do interior da nossa casa, da criatividade dele e das coisas que gostamos. Ler à noite com luz de abajour é uma delas (das evidências e das coisas que gostamos).
sexta-feira, 7 de maio de 2010
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