Lá em 2002, assistir aula ruim lendo um livro bom escondido embaixo da carteira
eventualmente erguer os olhos: perdi algo importante?
nah
reuniões online são mais ou menos isso
e o desejo de escrever que retorna com força, não sei bem
não vou matar minhas plantas
talvez elas morram mas não vou matá-las
assim como talvez eu morra [not today, satan]
mas eu não vou me matar [not today, satan]
e já tem muito "eu" aqui, então chega.
interessante o processo de escrita
uma conversa que incomodou, algo que aconteceu, um sonho que sobrou, mas que também não importa tanto
então o primeiro que vai pra tela é o relato. no final das contas, não há nada fora da narrativa?
mas é claro que há
de-hors
forças selvagens cataclismas tempestades caos
a mão habilidosa da costureira constrói a prega e a costura
a costura sempre se desmancha e é sempre costura fio passagem
não é cola cimento parede muralha
então o incômodo sobre a vida a morte o universo e o nada vira isso aqui
esse texto sem maiúsculas e sem pontuação
um olho na reunião
(o mundo que impõe seus estratos)
o nó na garganta
"tu ainda escreve?"
uma abstração que mistura conversas, conselhos, o livro a reler e a reunião que ouço - daqui a alguns anos não fará nenhuma diferença. o intenso sim, o extenso, não.
a folha brota por pura teimosia
seca e morre, outra brota
por pura teimosia
até quando?
não é o tipo de pergunta que se faça.
amar e mudar as coisas
(com os afetos alegres)
não é uma questão de interesse, escolha, lo que sea
quiçá desejo querer potência
vida
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