Dizia aquele poeta
"Eu vou me casar com a saudade"
desejos e vícios
cigarro, casca de laranja, cheiro de limão
vício destruidor
autodestruidor
a doença, pecado e castigo
purgatório
A cura, o alívio
álcool
uma taça de vinho tinto uma vez ao dia
moderação. Desperdício.
Volta para casa com a garrafa cheia na mochila
Um só cigarro
A fumaça bem lenta, pela janela
Cinza no copo de requeijão
Reciclável
Depois um beijo
e fica tudo bem
Reflexões e observações das cidades de interior em que vivi. Reflexões e observações sobre Mi Poa Querida. Estamos "perto e longe demais das capitais" e ainda não sei se eu gosto ou não gosto disso. 38 anos experimentando, e quem sabe mais alguns por descobrir. Vale também reflexões sobre meu próprio interior, ou outros interiores que observo por aí. Treinamento de olhares e silêncio.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Novembro
Novembro veio e foi e quase nada.
Hortências coloriram e secaram, as roseiras que ninguém viu, também.
"Um telefonema bastaria", ele disse.
Ressentimento e raiva seguram as mãos.
Gastar dinheiro, escrever e ler.
Assim nos arrastamos, mudamos o mundo e conservamos.
Responsabilidade sem capacidade de julgamento.
São tempos sombrios.
---X---
Naquele túmulo, coberto de mármore, pousou um anjo.
Era para que chorasse sobre a lápide
Saudades
As asas delicadas
presas entre a laje e o cimento.
Infeliz acidente
Uma das asas, livre
a outra, dor.
Hortências coloriram e secaram, as roseiras que ninguém viu, também.
"Um telefonema bastaria", ele disse.
Ressentimento e raiva seguram as mãos.
Gastar dinheiro, escrever e ler.
Assim nos arrastamos, mudamos o mundo e conservamos.
Responsabilidade sem capacidade de julgamento.
São tempos sombrios.
---X---
Naquele túmulo, coberto de mármore, pousou um anjo.
Era para que chorasse sobre a lápide
Saudades
As asas delicadas
presas entre a laje e o cimento.
Infeliz acidente
Uma das asas, livre
a outra, dor.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A Responsabilidade pelo Mundo e a Educação
Devo ter lido já umas dez vezes o capítulo "A crise na educação" da Hannah Arendt.
Se doutorandos têm o direito de cultuar suas divas, eis aqui a minha (claro que posso criticá-la também).
Cada vez que leio, aprendo algo novo. Mas tem um trecho que me impressiona profundamente todas as vezes. É a ligação que entre educadores (professores, inclusive) e a assunção da Responsabilidade pelo Mundo - este que construimos até agora.
Os professores são os adultos que representam, para os mais jovens, aquilo que as gerações anteriores fizeram, de bom e de mau. Somos nós o passado e o presente. Juntamos nosso presente aos dos jovens com quem nos encontramos dia após dia. Esperamos constuir juntos um "futuro que possamos amar" (essa eu tirei da outra "diva", Agnes Heller. Está em "Uma teoria da História").
Escreve Arendt: "Qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças [uia!!!!!!!!!], e é preciso proibi-la [uiaaaaaaa!!!!!!!] de tomar parte em sua educação." (In: Entre o passado e o futuro. Perspectiva, 2009, p.239).
Ela fala de Responsabilidade Coletiva pelo mundo. Não quer dizer que todo adulto deve bater no peito, fazer cara de arrependido e murmurar "mea culpa /mea culpa / mea maxima culpa". Educadores não podem ser o tipo de pessoa que diz: "não tenho nada a ver com isso". Significa que assumimos o que fizemos, reconhecemo-nos como membros de uma coletividade que criou fábricas de morte, bombas atômicas, poesia e História.
É essa atitude que confere autoridade (ou legitimidade) ao professor. Apesar de outras esferas da sociedade abolirem a autoridade e execrarem a tradição (ou o passado), os educadores não podem abrir mão do papel de responsáveis pelo mundo que foi construído.
A autoridade exercida pelos adultos sobre os jovens não é igual à autoridade que pode ser exercida no mundo público, político, pois é uma autoridade temporária (existe apenas enquanto os jovens são jovens e precisam da proteção e respeito dos adultos). A autoridade política, quando existe, é perene, independe de idade ou qualquer outra situação biológica ou social.
Quando os adultos abrem mão dessa autoridade, é como se condenassem as crianças a entenderem o mundo por si próprias e "lavassem as mãos" pelo que acontecerá depois. Aqui está a ligação mais bonita do pensamento arendtiano - a conexão entre passado, presente e futuro.
A educação NÃO IMPÕE aos jovens sua própria visão de como o mundo deverá ser. Ao contrário, CONSERVA os significados do passado, protegendo-os da exposição prematura ao mundo público e desenvolvendo seus talentos e qualidades para que eles possam, por sua própria conta, criar o NOVO sem destruir tudo o que foi acumulado até então.
"É sobremodo difícil para o educador arcar com esse aspecto da crise moderna, pois é de seu ofício servir como mediador entre o velho e o novo, de tal modo que sua própria profissão lhe exige um respeito extraordinário pelo passado." (ibidem, p.244).
É por isso que o educador não pode atuar se não se sentir RESPONSÁVEL pelo mundo, se não acreditar na necessidade de preservação do mesmo para as futuras gerações - o que Arendt chama, poeticamente, de amor mundi.
"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum." (ibidem, p.247).
Que relação isso tem com o pensamento utópico? Arendt diz que nas narrativas utópicas (como a de Morus e o próprio Rousseau) a educação é a ferramenta que construirá homens novos, preparados para viver num mundo diferente totalmente isolado. Essa crença na educação como construtora de uma sociedade previamente idealizada é uma das ILUSÕES mais graves do mundo moderno. Querer que os mais jovens construam um mundo tal qual os mais velhos o projetam incorre em tirania. É uma ilusão querer criar o novo pela imposição de noções velhas. A ilusão vem do fato de que o mundo "novo" em que as crianças habitarão não é NOVO. Ele já existia antes que nascessem e continuará existindo depois delas.
Portanto, Responsabilidade do professor não é impor aos jovens suas próprias ideias de como o mundo deveria ser. Isso é Tirania, ou, no mínimo, transferência, para a escola, de uma tarefa que é do âmbito público do debate político. Por outro lado, não pode abrir mão de mostrar aos mais novos como o mundo é.
Não é a utopia da Regeneração e Renovação da humanidade a partir de um modelo pronto do "Homem Novo" (como queriam os Iluministas). Para o professor, Responsabilidade pelo Mundo é reconhecer seu lugar no Tempo e seu papel (beirando o quixotesco): representar a autoridade e a tradição, por amor ao mundo, quando se insiste em lançar os jovens, despreparados, para o enfrentamento prematuro da vida pública. Em outra publicação (Responsabilidade e Julgamento), Arendt relaciona o amor mundi a um tipo específico de Responsabilidade Política. Cenas do próximo capítulo. Ou melhor, da Introdução da tese!!! :)
Se doutorandos têm o direito de cultuar suas divas, eis aqui a minha (claro que posso criticá-la também).
Cada vez que leio, aprendo algo novo. Mas tem um trecho que me impressiona profundamente todas as vezes. É a ligação que entre educadores (professores, inclusive) e a assunção da Responsabilidade pelo Mundo - este que construimos até agora.
Os professores são os adultos que representam, para os mais jovens, aquilo que as gerações anteriores fizeram, de bom e de mau. Somos nós o passado e o presente. Juntamos nosso presente aos dos jovens com quem nos encontramos dia após dia. Esperamos constuir juntos um "futuro que possamos amar" (essa eu tirei da outra "diva", Agnes Heller. Está em "Uma teoria da História").
Escreve Arendt: "Qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças [uia!!!!!!!!!], e é preciso proibi-la [uiaaaaaaa!!!!!!!] de tomar parte em sua educação." (In: Entre o passado e o futuro. Perspectiva, 2009, p.239).
Ela fala de Responsabilidade Coletiva pelo mundo. Não quer dizer que todo adulto deve bater no peito, fazer cara de arrependido e murmurar "mea culpa /mea culpa / mea maxima culpa". Educadores não podem ser o tipo de pessoa que diz: "não tenho nada a ver com isso". Significa que assumimos o que fizemos, reconhecemo-nos como membros de uma coletividade que criou fábricas de morte, bombas atômicas, poesia e História.
É essa atitude que confere autoridade (ou legitimidade) ao professor. Apesar de outras esferas da sociedade abolirem a autoridade e execrarem a tradição (ou o passado), os educadores não podem abrir mão do papel de responsáveis pelo mundo que foi construído.
A autoridade exercida pelos adultos sobre os jovens não é igual à autoridade que pode ser exercida no mundo público, político, pois é uma autoridade temporária (existe apenas enquanto os jovens são jovens e precisam da proteção e respeito dos adultos). A autoridade política, quando existe, é perene, independe de idade ou qualquer outra situação biológica ou social.
Quando os adultos abrem mão dessa autoridade, é como se condenassem as crianças a entenderem o mundo por si próprias e "lavassem as mãos" pelo que acontecerá depois. Aqui está a ligação mais bonita do pensamento arendtiano - a conexão entre passado, presente e futuro.
A educação NÃO IMPÕE aos jovens sua própria visão de como o mundo deverá ser. Ao contrário, CONSERVA os significados do passado, protegendo-os da exposição prematura ao mundo público e desenvolvendo seus talentos e qualidades para que eles possam, por sua própria conta, criar o NOVO sem destruir tudo o que foi acumulado até então.
"É sobremodo difícil para o educador arcar com esse aspecto da crise moderna, pois é de seu ofício servir como mediador entre o velho e o novo, de tal modo que sua própria profissão lhe exige um respeito extraordinário pelo passado." (ibidem, p.244).
É por isso que o educador não pode atuar se não se sentir RESPONSÁVEL pelo mundo, se não acreditar na necessidade de preservação do mesmo para as futuras gerações - o que Arendt chama, poeticamente, de amor mundi.
"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum." (ibidem, p.247).
Que relação isso tem com o pensamento utópico? Arendt diz que nas narrativas utópicas (como a de Morus e o próprio Rousseau) a educação é a ferramenta que construirá homens novos, preparados para viver num mundo diferente totalmente isolado. Essa crença na educação como construtora de uma sociedade previamente idealizada é uma das ILUSÕES mais graves do mundo moderno. Querer que os mais jovens construam um mundo tal qual os mais velhos o projetam incorre em tirania. É uma ilusão querer criar o novo pela imposição de noções velhas. A ilusão vem do fato de que o mundo "novo" em que as crianças habitarão não é NOVO. Ele já existia antes que nascessem e continuará existindo depois delas.
Portanto, Responsabilidade do professor não é impor aos jovens suas próprias ideias de como o mundo deveria ser. Isso é Tirania, ou, no mínimo, transferência, para a escola, de uma tarefa que é do âmbito público do debate político. Por outro lado, não pode abrir mão de mostrar aos mais novos como o mundo é.
Não é a utopia da Regeneração e Renovação da humanidade a partir de um modelo pronto do "Homem Novo" (como queriam os Iluministas). Para o professor, Responsabilidade pelo Mundo é reconhecer seu lugar no Tempo e seu papel (beirando o quixotesco): representar a autoridade e a tradição, por amor ao mundo, quando se insiste em lançar os jovens, despreparados, para o enfrentamento prematuro da vida pública. Em outra publicação (Responsabilidade e Julgamento), Arendt relaciona o amor mundi a um tipo específico de Responsabilidade Política. Cenas do próximo capítulo. Ou melhor, da Introdução da tese!!! :)
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Sobre a falta
Há diferentes formas de sentir falta. Sinto falta dela, é verdade. Mas diferente. Imagino se ela iria gostar de ver a pessoa que sou hoje.
Essa figura que só sou porque ela se foi. A adolescente tardia e egoísta de repente perdeu a memória e teve de se recriar. Nada a ver com uma fênix. Muito longe disso.
Só diferente. Ainda sinto falta dela.
Eu sonho, com frequência, que tenho de passar por obstáculos. Sueño con serpientes (gracias, Mercedes) e não sei derrotá-las.
Ela vem, mostra-me como matá-las. Ensina-me como passar roupa e me ajuda a fechar incontáveis janelas daquela casa antes que chegue a tempestade.
Deve ser por isso que a memória me falta com tanta frequência. Outras pessoas vieram e ocuparam novos espaços, mas ali está a falta, o eco, a ausência, o nada.
Não é tristeza. Lembrei até de um poema que eu costumava saber de cor - mas a memória me falta, nos últimos anos:
AUSÊNCIA
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Essa figura que só sou porque ela se foi. A adolescente tardia e egoísta de repente perdeu a memória e teve de se recriar. Nada a ver com uma fênix. Muito longe disso.
Só diferente. Ainda sinto falta dela.
Eu sonho, com frequência, que tenho de passar por obstáculos. Sueño con serpientes (gracias, Mercedes) e não sei derrotá-las.
Ela vem, mostra-me como matá-las. Ensina-me como passar roupa e me ajuda a fechar incontáveis janelas daquela casa antes que chegue a tempestade.
Deve ser por isso que a memória me falta com tanta frequência. Outras pessoas vieram e ocuparam novos espaços, mas ali está a falta, o eco, a ausência, o nada.
Não é tristeza. Lembrei até de um poema que eu costumava saber de cor - mas a memória me falta, nos últimos anos:
AUSÊNCIA
Vinícius de Moraes
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Verde e amarelo, vermelho e amarelo
Hoje foi dia de me concentrar na tese, interrompida pelo cara que veio consertar meu forno. Ele apenas colocou um fiozinho no lugar e me cobrou 30 reais por isso. Ok, eu jamais adivinharia que o problema era com o bendito fiozinho. Devia ter pedido um desconto, porque ele não tinha chave philips e eu emprestei uma daqui de casa para ele. Não pelo fato de eu ter uma chave Philips, mas pela proeza de tê-la encontrado no meio da organização/caos de outra pessoa.
Enfim, estou aqui, lendo e relendo e lendo e relendo o primeiro capítulo. Ame-o ou deixe-o. Ainda não o amo, mas já não posso deixá-lo.
Seguindo a ideia da orientadora, peguei um estojo de canetinhas e comecei a pintar os parágrafos em que se repetiam certos temas, para detectar as categorias emergentes. Vermelho para Política, verde para utopias e crenças, amarelo para formação e azul para a tensão teoria e prática.
Primeiro, escrevi as análises separadas - um subtítulo para Barcelona, outro para São Paulo. Depois, comecei a procurar pelas aproximações e afastamentos entre as duas regiões. Realmente, olhando para as cores, ficou bem mais fácil. Aliás, é incrível como aqueles textos que a orientadora disse para ler desde o primeiro encontro de 2009 - e que eu duvidava da utilidade - agora me parecem imprescindíveis. Que coisa, não?
No final, o que eu descobri??? Na Espanha, predominou o verde e o amarelo. No Brasil, o vermelho e o amarelo:
Isn't it ironic???
Aliás, vontadinha de ouvir Alanis Morrissete hoje. Juro que eu queria ter um chuveiro com rádio (ou melhor, ipod), como não-sei-quem me contou que não-sei-quem tinha. Acho que foi a Cris, na casa de um amigo lá para os lados da Península Ibérica.
Enfim, estou aqui, lendo e relendo e lendo e relendo o primeiro capítulo. Ame-o ou deixe-o. Ainda não o amo, mas já não posso deixá-lo.
Seguindo a ideia da orientadora, peguei um estojo de canetinhas e comecei a pintar os parágrafos em que se repetiam certos temas, para detectar as categorias emergentes. Vermelho para Política, verde para utopias e crenças, amarelo para formação e azul para a tensão teoria e prática.
Primeiro, escrevi as análises separadas - um subtítulo para Barcelona, outro para São Paulo. Depois, comecei a procurar pelas aproximações e afastamentos entre as duas regiões. Realmente, olhando para as cores, ficou bem mais fácil. Aliás, é incrível como aqueles textos que a orientadora disse para ler desde o primeiro encontro de 2009 - e que eu duvidava da utilidade - agora me parecem imprescindíveis. Que coisa, não?
No final, o que eu descobri??? Na Espanha, predominou o verde e o amarelo. No Brasil, o vermelho e o amarelo:
Isn't it ironic???
Aliás, vontadinha de ouvir Alanis Morrissete hoje. Juro que eu queria ter um chuveiro com rádio (ou melhor, ipod), como não-sei-quem me contou que não-sei-quem tinha. Acho que foi a Cris, na casa de um amigo lá para os lados da Península Ibérica.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Como será o dia de amanhã?
Falando sobre a morte, se descobre com facilidade que se ama a vida. E mais: quem se ama na vida.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Como vai a vida / quanto vale a vida?
Eu não sei.
Mas foi engraçado. Fomos no show do Kid Abelha. Queríamos ouvir, da boca da Paula Toller, as músicas que adoramos.
O clube estava cheio. Lotado mesmo. E chovia. Não houve atrasos, o show começou. "Nada seeeei, dessa vida...". E não DAVA PARA OUVIR a voz da cantora!!! As pessoas foram ao show para ouvirem a si próprias? Nem quando ela falava com o público!!
Que mundo é esse em que vivemos?
Enfim, já triste, o show acabou e não cantaram nossa música (uma delas). Só depois, no Bis.
É linda, né?
Mas foi engraçado. Fomos no show do Kid Abelha. Queríamos ouvir, da boca da Paula Toller, as músicas que adoramos.
O clube estava cheio. Lotado mesmo. E chovia. Não houve atrasos, o show começou. "Nada seeeei, dessa vida...". E não DAVA PARA OUVIR a voz da cantora!!! As pessoas foram ao show para ouvirem a si próprias? Nem quando ela falava com o público!!
Que mundo é esse em que vivemos?
Enfim, já triste, o show acabou e não cantaram nossa música (uma delas). Só depois, no Bis.
É linda, né?
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Sonho
Estudo Hannah Arendt, no computador.
Muito sono.
De repente, a queda, cinco, dez segundos, no máximo.
Tempo suficiente para Hannah colocar unhas postiças cor-de-rosa e dar um tapa na minha cara.
Continuo o estudo.
Será bom sinal quando a gente volta a sonhar com os teóricos?
Muito sono.
De repente, a queda, cinco, dez segundos, no máximo.
Tempo suficiente para Hannah colocar unhas postiças cor-de-rosa e dar um tapa na minha cara.
Continuo o estudo.
Será bom sinal quando a gente volta a sonhar com os teóricos?
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Horror, horror!
Hoje um professor, aqui, ficou horrorizado quando eu contei que, em 2007, eu tinha 4 oitavas séries, oscilando entre 39 e 43 alunos cada uma. Mais dois grupos de formação profissional (esses sim, eram o paraíso, entre 20 e 25 alunos).
Ele estava preocupado em dar atenção à diversidade entre seus alunos. Ele tem 2 grupos de 7o ano (o equivalente a isso). Cada grupo tem aproximadamente 20 alunos. E esses alunos contam com projetos de reforço escolar (ou avanço, em casos de capacidade avançada) e tutorias individualizadas. Os alunos imigrantes podem assistir à aulas diferenciadas para adaptar-se à língua e à cultura, ao longo de todo o Ensino Secundário.
Nem vamos falar do salário.
Sim, sim, há razão... Há coisas muito mais importantes que estudar Responsabilidade e Utopia. Já dizia Gessinger: "Amar e mudar as coisas me interessa mais".
Se fosse possível mudar as coisas assim tão fácil, cantando uma canção...
Ele estava preocupado em dar atenção à diversidade entre seus alunos. Ele tem 2 grupos de 7o ano (o equivalente a isso). Cada grupo tem aproximadamente 20 alunos. E esses alunos contam com projetos de reforço escolar (ou avanço, em casos de capacidade avançada) e tutorias individualizadas. Os alunos imigrantes podem assistir à aulas diferenciadas para adaptar-se à língua e à cultura, ao longo de todo o Ensino Secundário.
Nem vamos falar do salário.
Sim, sim, há razão... Há coisas muito mais importantes que estudar Responsabilidade e Utopia. Já dizia Gessinger: "Amar e mudar as coisas me interessa mais".
Se fosse possível mudar as coisas assim tão fácil, cantando uma canção...
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